João Monlevade
1817 – 2017
Dois Séculos de Vida Operária
Mais Que Uma Biografia, Uma História De Vida
Jean-Antoine
Félix Dissandes De Monlevade, nascido em 1789 em Guéret, França. Engenheiro de Mineração pela Escola Politécnica de Paris, em
1812. Ainda jovem e recém-formado, chegou ao Brasil no período ainda colonial em 14/05/1817, para desbravar as montanhas
cheias de minério de ferro (Fe), matériaprima para a fabricação do ferrogusa,
do aço carbono e do ferro doce.
Mais que um
bandeirante, um desbravador por excelência.
Acabou-se o ouro
de aluvião e iniciou-se então a busca pelo minério de ferro, começando um novo
ciclo de vida. Na Natureza tudo é cíclico!
De repente
aportou-se na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, um jovem mancebo
francês, Jean Monlevade, com os conhecimentos em Mineralogia e Geologia, e entendera
que seria nas Províncias das Minas Gerais, o campo propício para colocar os
seus estudos em prática acerca do que conhecia.
Tais recursos,
no Brasil Colonial, estava nas mãos de um jovem, de 28 anos, apaixonado que era
pelo que havia estudado em sua terra natal trabalhando seus conhecimentos
adquiridos e tendo bons resultados.
Nesta época o
Brasil Colônia era sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
D.João VI |
Premiado que foi
com uma bolsa de estudos para fazer pesquisas sobre os recursos minerais aqui
existentes, veio por consentimento da Corte Real Portuguesa, na pessoa de D.
João VI.
De visão futurista engajou-se na rica região
do São Miguel do Piracicaba, pra nunca mais sair, construindo, com isso, em 1818, sua moradia: A Fazenda Solar, que daria então o início
de tudo e de todo um crescimento populacional naquele arraial.
Entrada da Fazenda Solar |
Na verdade, este
seu empreendimento chegou a ser considerado o mais importante da Província,
dominando, os seus produtos, de longe, os seus concorrentes.
Esta
Fábrica-Forja foi o embrião de uma majestosa siderúrgica que se soergueria num
futuro, do qual nem ele mesmo imaginaria! Talvez!. A Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira (CSBM).
Há que se
ressaltar que o Amor de um amadurecido jovem à nossa gente, a beleza e
a riqueza de nossas terras, fez com que ele vibrasse e adotasse aquelas terras
e aquelas gentes, como sua segunda pátria. O jovem
mancebo veio a Minas Gerais com a intenção de estudar os recursos minerais da
província do Estado e acabou adquirindo algumas terras, onde construiu a sede
de sua fazenda que ficou conhecida como Solar de Monlevade, além de assentar as
bases de uma próspera indústria de produção de ferro.
Em 1825, já com visões promissoras, e
tendo já fixado sua residência às margens do rio Piracicaba, decidiu montar o
seu negócio, na fabricação do ferro doce, produzindo nesta fábrica: enxadas,
foices, machados, alavancas, pás, ferraduras, cravos, martelos, picaretas,
freios para animais, moendas para engenhos de cana, etc.
Foram mais de
meio século de produção ininterrupta.
Em 1853, a fábrica de ferro fundada por
Jean Monlevade já conseguia alcançar uma produção de aproximadamente 30 arrobas
diárias de ferro, com uma média de 150 escravos movimentando 6 fornos. O ferro
produzido era transformado em enxadas, foices, ferraduras, bigornas, entre
outros utensílios.
Portanto,
ao evocar as memórias relativas à constituição do município de João Monlevade,
é impossível deixar de mencionar a importância assumida pela presença de um
francês na região, um homem que acabaria se tornando inspiração para o nome dado
à cidade.
Quando faleceu, em 14 de dezembro de 1872, foi sepultado no mesmo cemitério
que havia mandado construir para que fossem enterrados os escravos que
trabalharam em sua fábrica e fazenda. Atualmente, o Cemitério Histórico de João
Monlevade, denominação pela qual ficou conhecido, é um dos pontos turísticos
mais visitados da cidade.
Após sua
morte, a fábrica ficou sob os cuidados do seu filho João Paschoal de Monlevade.
Em 1888, porém, com a Abolição da Escravatura, pela Princesa Isabel, a fábrica teve intensificadas suas dificuldades com a mão-de-obra e em 1890 foi vendida para a Companhia Nacional de Forjas e Estaleiros, empresa fundada em 1845 pelo Barão de Mauá.
Em 1888, porém, com a Abolição da Escravatura, pela Princesa Isabel, a fábrica teve intensificadas suas dificuldades com a mão-de-obra e em 1890 foi vendida para a Companhia Nacional de Forjas e Estaleiros, empresa fundada em 1845 pelo Barão de Mauá.
Alguns anos
depois, em 1897, a propriedade
passou a pertencer ao Banco Ultramarino do Rio de Janeiro, permanecendo
desativada até 1920.
Nessa época
o grupo belgo-luxemburguês ARBED
adquiriu a antiga propriedade de Jean Monlevade.
Diante deste
fato, a história da Belgo se desloca de cenário indo para a cidade de Sabará, a
poucos kms da então capital de Minas Gerais, Vila Rica.
O Sonho Vem De Longas Datas
A fronteira entre o ferro e o aço foi definida na Revolução
Industrial, com a invenção de fornos que permitiam não só corrigir as impurezas
do ferro, como adicionar-lhes propriedades como resistência ao desgaste, ao
impacto, à corrosão, etc. Por causa dessas propriedades e do seu baixo custo o
aço passou a representar cerca de 90% de todos os metais consumidos pela
civilização industrial.
Basicamente, o aço é uma liga de ferro e carbono. O ferro é
encontrado em toda crosta terrestre, fortemente associado ao oxigênio e à
sílica. O minério de ferro é um óxido de ferro ( FeO), misturado com areia
fina.
O carbono é também relativamente abundante na natureza e pode ser
encontrado sob diversas formas. Na siderurgia, usa-se o carvão vegetal, para
aquecimento do minério, na produção do aço.
O carvão exerce duplo papel na fabricação do aço. Como
combustível, permite alcançar altas temperaturas (cerca de 1.500º Celsius)
necessárias à fusão do minério. Como redutor, associa-se ao oxigênio que se
desprende do minério com a alta temperatura, deixando livre o ferro. O processo
de remoção do oxigênio do ferro para ligar-se ao carbono chama-se redução e
ocorre dentro de um equipamento chamado altoforno.
Antes de serem levados ao altoforno, o minério e o carvão são
previamente preparados para melhoria do rendimento e economia do processo. O
minério é transformado em pelotas e o carvão é destilado, para obtenção do
coque, dele se obtendo ainda subprodutos carboquímicos.
No processo de redução, o ferro se liquefaz e é chamado de ferrogusa
ou ferro de primeira fusão. Impurezas como calcário, sílica etc. formam a
escória, que é matériaprima para a fabricação de cimento.
A etapa seguinte do processo é o refino. O ferrogusa é levado para
a aciaria, ainda em estado líquido, para ser transformado em aço, mediante
queima de impurezas e adições. O refino do aço se faz em fornos a oxigênio ou
elétricos.
Finalmente, a terceira fase clássica do processo de fabricação do
aço é a laminação. O aço, em processo de solidificação, é deformado
mecanicamente e transformado em produtos siderúrgicos utilizados pela indústria
de transformação, como chapas grossas e finas, bobinas, vergalhões, arames,
perfilados, barras etc.
Com a evolução da tecnologia, as fases de redução, refino e
laminação estão sendo reduzidas no tempo, assegurando maior velocidade na
produção.
Com criação da Escola de Minas em Ouro Preto ,em 1870 , ainda no período
do Brasil Colonial, permitiu-se o enfrentamento de um problema central ao setor
siderúrgico: a formação de mão-de-obra especializada e a introdução de novas
técnicas.
Embora sendo uma instituição do governo do Império,
a Escola de Minas teve a intimidade do governo provincial na sua gestão,
buscando pesquisar extensas regiões e influir na administração pública em busca
de se criar um império siderúrgico. Esse sonho, entretanto, ficou adormecido
até que a explosão da Primeira Guerra Mundial fez ecoar pelo planeta seus
efeitos. A impossibilidade de importações força o ritmo de substituição
dos produtos importados. Era o embrião nacional do acordo que quatro anos
depois germinaria a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira.
A Belgo-Mineira portava, assim, a força de um
processo histórico em que a natureza oferece o modelo econômico, mas quem vai desenvolvê-lo
são as ações dos homens.
A Belgo-Mineira, nascia de um sonho, que aos poucos
se transformava em realidade pelo trabalho de milhares de homens e mulheres, os
verdadeiros agentes da história.
Há por aqueles momentos de outrora o interesse de
uma empresa européia, a Aciéries Reunies
de Burbach-Eich-Dudelange - ARBED.
Recebido oficialmente em 1920, o Rei Alberto I, da
Bélgica, aliou-se aos grupos brasileiros que, liderados pelo Governador mineiro Artur Bernardes, combatiam o monopólio inglês”.
Artur
da Silva Bernardes – Nasceu em Viçosa em 8 de agosto de 1875 e faleceu
no Rio de Janeiro em 23 de março de 1955. Advogado e político brasileiro, foi
Governador de Minas Gerais de 1918 a 1922 e Presidente do Brasil de 15 de
novembro de 1922 a 15 de novembro de 1926.
O Governo do Presidente
Arthur Bernardes – 1922 a 1926 foi marcado por um constante Estado de Sítio
para enfrentar as revoltas tenentistas.
Sua ascensão
ao poder deu-se num clima de indisciplina militar e civil, adquirindo aspectos
nunca atingidos nas disputas presidenciais anteriores.
Uma reforma na constituição permitiu que o poder
central pudesse intervir nos Estados.
Artur Bernardes Presidente do Brasil 1922 - 1926 |
Em 1920 após a
visita do Rei Alberto I, da Bélgica, chegou ao Brasil, um grupo
belgo-luxemburguês, ARBED, para uma missão técnica a Minas Gerais, constatando
a possibilidade do grupo se associar a uma empresa brasileira já existente e a
partir daí ampliar os negócios.
Forna de Aço Martin Siemens - Carregamento Manual - Usina de Sabará |
Usina de Siderúrgica de Sabará - 1923 |
E assim
foi: Um século após a chegada do francês Jean Monlevade, ou seja, em 1917,
Amaro Lanari, Cristiano Guimarães e Gil Guatimosin, jovens engenheiros recém formados
pela Escola de Minas de Ouro Preto, conseguiram convencer o banqueiro Sebastião
Augusto de Lima e o industrial Américo Teixeira Guimarães a investirem em um
projeto ambicioso, ou seja, a criação de uma Companhia Siderúrgica na cidade de
Sabará, com um investimento de capital de 350 contos de réis. A Cia era
composta de um altoforno e uma oficina mecânica em Sabará.
Havia um sonho!
O de produzir 25 t/dia de ferrogusa, sendo a maior produção no Brasil e
América Latina.
Sabará - Minas Gerais |
Em 1921,
com o propósito de aumentar o capital, a fábrica de Sabará firmou uma aliança
com o grupo ARBED, na época proprietário da forjaria de João Monlevade. A
partir dessa parceria, as siderúrgicas passaram a ser chamadas de Companhia
Siderúrgica Belgo-Mineira.
Por um bom tempo, as atividades da Belgo Mineira
foram desenvolvidas apenas na usina em Sabará, já que João Monlevade ainda não
possuía meios de transportes adequados.
O problema
foi resolvido em 1931, quando o Presidente
Getúlio Vargas assegurou aos investidores da ARBED que, em pouco tempo, os
trilhos da estrada de ferro da Central do Brasil ligariam as cidades de Santa
Bárbara e Rio Piracicaba.
Nasce Uma Grande Siderúrgica
No Coração Das Minas Gerais
Após o ouro de
aluvião ter-se exaurido, iniciou-se um novo ciclo – o do minério de ferro (Fe).
Este, o principal produto para os altofornos da usina.
Mais que um
idealizador, também chega a João Monlevade, 110 anos após o francês Jean de Monlevade, o jovem Louis Jacques Ensch, preocupado que estava com o empreendimento aparentemente
falido.
Nasceu no Grão
Ducado do Luxemburgo, em 1895, um
pequeno país europeu com não menos que 2500 km², e que em 1920 diplomou-se em siderurgia, pela Escola politécnica de
Aix-Lachapelle, vindo para o Brasil, com 32 anos, também para dar continuidade a
um século de um sonho.
Sua incomum
capacidade e sua intelectualidade, o levou a se tornar o engenheiro chefe dos
Altofornos, na Usina de Siderurgia em sua terra natal.
Mas, antes deve-se ressaltar um outro pioneiro, que marcou época junto com o Dr. Louis.
Mas, antes deve-se ressaltar um outro pioneiro, que marcou época junto com o Dr. Louis.
Empreendimento Siderúrgico Nacional
Gaston Barbanson era um industrial belga, nascido em
Bruxelas no dia 26 de Junho de 1876 e faleceu em Luxemburgo em 4 de Maio de
1946. Cofundador, em 1911, e diretor da ARBED, se tornando presidente após a
morte de Émile Mayrisch.
A ARBED era uma empresa pioneira na integração da Europa.
Gaston Barbanson - Presidente e Cofundador da ARBED |
A ARBED era uma empresa pioneira na integração da Europa.
Tendo à frente este industrial, o novo grupo
adquire, no início dos anos 20, propriedades em São Miguel de Piracicaba, - local
em que Jean Monlevade instalara sua Forja Catalã, - e a Mina de Andrade, rica em
minério de ferro e manganês.
Com ela, definia-se o lugar que no futuro marcaria o
industrialismo mineiro.
A falta de infraestrutura para escoamento da
produção de gusa, e depois de aço, adiou por quinze anos (1921-1935) o projeto de construção de uma usina em João Monlevade,
no Vale do Aço Mineiro.
Barbanson dedicou-se à consolidação da pioneira
planta de Sabará.
E conforme foi dito, anteriormente, por estes tempos era Presidente do Brasil, o
mineiro Artur Bernardes, governador à época do surgimento da Belgo-Mineira (1918-1922).
Um choque monetário, somado a uma disciplina fiscal
para estabilizar a economia, provoca estagnação na produção industrial, crise
que se reflete na Belgo-Mineira.
A ARBED, então, despacha para o Brasil Louis Ensch,
jovem engenheiro luxemburguês, com o objetivo de avaliar a conjuntura e até, se
fosse o caso, fechar a usina. É sempre assim, quando alguém sai de um distante lugar pra fechar algo empreendedor, muito provável que vai acontecer exatamente o contrário. E aconteceu!!
E foi assim, que
Dr. Louis Ensch chegou ao Brasil, 10 de Novembro de 1927, na cidade de Sabará, colocando em desenvolvimento um
empreendimento paralisado, concluindo rapidamente que novos investimentos na
linha de produção, com novos equipamentos e melhorias na qualidade do produto,
poder-se-ia então reverter o quadro caótico daquela Usina e produzir o que
sabia e gostava muito de fazer: o aço.
Ele, um jovem com um verdadeiro espírito de liderança, revolucionando a indústria siderúrgica nacional e a bem da verdade já pensando numa missão honrosa que teria que fazer: a de formar com os seus colaboradores, - como ele mesmo gostava de falar em seus discursos – a primeira Vila Operária da América Latina, em João Monlevade e mais outros lugares por onde a Belgo-Mineira teria que passar para deixar seus rastros de um desenvolvimento industrial.
Nota: aqui ressalto que somente vi um empreendedor tratar seus operários de colaboradores, no início da década de 90.
Dr. Louis Ensch foi muito mais longe. Avaliou não
só a continuidade do empreendimento, mas tomou para si a tarefa de tocá-lo para
frente, estimulado pelo próprio então presidente do Brasil, Artur Bernardes.
Em 11 de
dezembro de 1921, a CSM, realizando reuniões com os acionistas, resultou numa
associação de negócios e a Cia passou a se chamar: CSBM (Cia Siderúrgica Belgo-Mineira).
Da associação da Companhia
Siderúrgica Mineira com a Arbed – Acièries
Reunies de Bourbach-Eich-Dudelange, do Luxemburgo, um grupo de aço, fundada
em 1911, nasce em 1921, a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, primeira usina siderúrgica
integrada da América Latina.
Estava concretizado o sonho das Minas Gerais, estado rico em minério de
ferro, de ter em suas terras um empreendimento siderúrgico de grande vulto.
A partir da Usina de Sabará, a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira
fornecia ao mercado interno, perfis leves e ferro para construção.
Seus principais dirigentes, Gaston de Barbanson e Louis Ensch muito
lutaram para que o empreendimento não perecesse devido à falta de
infraestrutura viária e aos sucessivos choques monetários para estabilizar a
economia e que acabaram provocando uma estagnação da produção industrial, que
se refletiu na Belgo-Mineira.
É dessa fase, a compra de propriedades no atual Vale do Aço mineiro, com
vistas à instalação futura de uma usina siderúrgica de porte, tão logo fosse equacionado
o problema do transporte ferroviário para a região.
Sua outra
dificílima missão, e esta extremamente técnica, a de desativar a incipiente
fabrica de gusa, ferrodoce e aço.
Um jovem homem
de uma qualidade empreendedora e humanista inigualável, acreditou e fez um
sonho se realizar – produzir o gusa, matériaprima na fabricação do aço.
Posteriormente,
foi convidado para dirigir a recém montada Usina de Siderurgia, em João
Monlevade, que inclusive paralisada, estava com os estoques cheios.
Não obstante a
problemática que encontrou, e entusiasta que era, dedicado aos seus propósitos,
estimulou a todos que o acompanhavam no intento, fazendo assim, uma
administração relevante, reequilibrando a situação econômica da Usina.
Ampliou-a, colocando-a em funcionamento, com seus altofornos produzindo a todo
vapor, bem como funcionando o laminador siderúrgico.
Uma Usina e Uma Cidade
No Sertão Mineiro
No Sertão Mineiro
Diferente da centenária Sabará, que já dispunha de
razoável estrutura urbana, Monlevade no
início da década de 30 era apenas um distrito do município de Rio Piracicaba.
O local onde seria construída a usina ficava na
Fazenda da Barra do Rio Preto, adquirida por Gaston Barbanson.
Como na área central da fazenda situavam-se as
antigas instalações de Jean Monlevade, a fazenda, com o tempo, foi chamada
"João" Monlevade.
Por esse nome, afinal, ficaria conhecida a usina,
muito embora inicialmente a Belgo-Mineira a tenha batizado como Usina
Barbanson, em homenagem ao presidente da ARBED.
Assim foi
surgindo a Usina Siderúrgica de João Monlevade, agora na logomarca; CSBM.
O início de um
grandioso processo siderúrgico
Carregamento de
minério de ferro nos caminhões Euclid.
Ao Dr. Louis
coube-lhe, assim, a honra de ser o primeiro a fabricar em Minas Gerais, com
matériaprima do próprio Estado, o açodoce (baixo teor de carbono).
Em 1930, montou uma Trefilaria para produção de arame, na fabricação de pregos, fabricados pela primeira vez no Brasil.
Em meados da década de 40 a CSBM já era responsável
por 50% do aço produzido no Brasil.
Posteriormente, a CSBM, na pessoa do ilustre Diretor-Presidente Dr.
Louis Ensch, cria a Samarco Mineração S.A., subsidiária da Samitri, e inicia o
plano de modernização da Usina de Monlevade.
A tônica desta fase da Belgo-Mineira é o aumento do foco de atuação em
trefilação e produtos derivados, que ocorre em paralelo ao esforço de
profissionalização da administração.
A primeira Usina de Sabará é transformada em trefilaria e o plano de
modernização da Usina de Monlevade, no valor de US$ 500 milhões, é concluído.
Dr. Louis Ensch
montou também rio acima, do rio Piracicaba, uma Usina Hidrelétrica com
capacidade para 2400 Kw, alimentando assim, a Usina de Monlevade; adquiriu
reservas florestais para fornecimento do Carvão Vegetal, matériaprima na
fabricação do aço, assegurando autosuficiência para a Usina e seus altofornos.
O carvão
vegetal, preponderantemente usado na produção do ferrogusa, cumpre duas
funções: como combustível químico para gerar calor necessário à operação do
altoforno, retirando assim, o oxigênio do metal, durante o processo, bem como
fonte de carbono.
Com esta
autosuficiência a Belgo-Mineira alcançou uma produção de 20.000 t de Ferro laminado,
no ano de 1930.
Sua produção foi
o equivalente a 100 t de produtos siderúrgicos tais como: ferros redondos,
quadrados, chatos, cantoneiras de todas as bitolas, que são utilizadas na
construção civil, indústrias de serralheria e mecânica.
Em 1934, Dr. Louis Ensch já avançava suas
idéias para a construção do que seria um sonho a ser realizado: A maior usina
siderúrgica do mundo, no coração das Minas Gerais.
Eram muitos os
empregos diretos e indiretos que a Belgo-Mineira promovia naquela região.
Getúlio Vargas Presidente do Brasil 1930 a 1945 |
Presidente Getúlio Dorneles Vargas - Nasceu em São Borja, em 19 de abril de 1882 e faleceu em 24 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro. Advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último presidente, Washington Luís, e, impedindo a posse do presidente eleito em 1º de março de 1930, Júlio Prestes.
Foi Presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro período foi de 15
anos ininterruptos, de 1930 a 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934,
como chefe do “Governo Provisório”; de 1934 até 1937 como Presidente da República
do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da pela Assembleia
Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como Presidente-Ditador, durante
o Estado Novo, implantado após um golpe de estado.
Em 1935 iniciou-se a construção da Usina
de Monlevade, orgulho dos Mineiros.
Desta feita, o Ex.mo Sr. Presidente Getúlio Vargas chega e João Monlevade para lançar a pedra fundamental da Usina de Monlevade.
Lançamento da Pedra Fundamental da CSBM Discurso do Dr. Louis Ensch Presidente Getúlio Vargas 31 de agosto de 1935 |
Esta foi base
para a construção de uma outra no Rio de Janeiro, a Usina de Volta Redonda –
Companhia Siderúrgica Nacional, fundada em 1941.
A Conquista Do Rio Doce
A constante preocupação da Belgo-Mineira em
construir infraestrutura adequada ao trabalho revela-se ainda com maior intensidade
no grande desafio que representou montar um plano para garantir o fornecimento
de carvão vegetal à usina.
Embora a região que circundava a usina de Monlevade
fosse coberta por densa mata nativa, tinha-se a consciência de que cada vez
mais as reservas ficariam distantes e por isso, logo no início da construção da
usina, a Belgo-Mineira tratou de adquirir reservas florestais por todo o vale
do rio Doce.
Ainda nos primeiros anos da década de 30, a empresa
fora beneficiada por uma lei estadual que concedeu dez mil hectares de terras
cobertas de mata virgem, que se estendiam desde a foz do rio Piracicaba, à
margem direita do rio Doce, até o município de Caratinga.
Mas considerando-se a demanda pelo carvão vegetal,
a área ainda era insuficiente.
A partir de 1935,
através de representantes comerciais, a Belgo-Mineira passou a adquirir grandes
extensões de terra, inclusive na margem esquerda do rio Doce, onde existiam
somente pequenas e esparsas cidades surgidas ao longo da Estrada de Ferro
Vitória a Minas ou às margens dos principais rios.
Uma região extremamente inóspita, onde, dizia-se,
ocorriam de três a cinco mortes por dia por causa da malária - isso sem falar
na violência, porque a inacessibilidade da região fornecia abrigo ideal a
muitos criminosos.
Era difícil até mesmo obter mapas detalhados da
região, porque os topógrafos contratados pelo estado acabavam fazendo medições
errôneas, por não quererem expor-se demais aos perigos.
Para possibilitar a implantação de núcleos de
extração de madeira e carvoejamento, a Belgo-Mineira montou uma base inicial em
Calado, que depois se tornaria o município de Coronel Fabriciano, um importante
centro regional.
A localização era estratégica, a meio caminho entre
Figueira do Rio Doce - depois Governador Valadares - e Monlevade, servindo de
"porta" de entrada para todo o vale do rio Doce.
Além disso, a incidência de malária no local era
pequena, uma vez que ali o solo era bastante silicoso, absorvendo as águas
pluviais e, portanto, impedindo a formação de poças d'água, onde o mosquito transmissor
se proliferava.
Calado era um pequeno arraial com não mais de 15
casebres que praticamente só existia em função da "parada" do trem da
Vitória a Minas, para reabastecimento de água e lenha para as
locomotivas.
A partir de 1937,
porém, seria um verdadeiro "quartel general" da Belgo-Mineira para a
conquista do vale do rio Doce.
Ali a empresa construiu um escritório e um
ambulatório, residências para o superintendente e médicos responsáveis e, logo
depois, um grande hospital, o "Siderúrgica".
O hospital, necessidade inquestionável pelas
características da região, foi entregue à administração das irmãs da Piedade,
que já administravam a Santa Casa de Sabará.
Anexa à grande construção que abrigava o hospital,
foi construída também uma singela capela.
A partir dali, organizaram-se vários pontos de
extração de madeira e produção carvoeira por todo o vale - uma atividade que
cresceria em importância nas décadas seguintes.
Em cada local, foi montada uma base, com posto
médico e serviço de enfermaria, que era ligado ao hospital de Calado.
E, na medida em que a Belgo-Mineira ia criando
novos postos - chegaram a ser 27 enfermarias em toda a região -, ia também
promovendo serviços de engenharia sanitária, aterrando lagoas insalubres,
retificando córregos e aplicando inseticidas.
Mesmo assim, durante muitos anos a malária foi o
grande inimigo a ser vencido e necessitou o trabalho de um grande número de médicos,
verdadeiros heróis na luta contra a doença, que dizimava os
trabalhadores.
Eles percorriam vários pontos da região - de trem,
a cavalo, no lombo de mulas - para fazer trabalhos preventivos ou emergenciais.
Contra eles, existiam ainda as péssimas condições de vida da população local,
agravada ainda mais por hábitos culturais que, muitas vezes não se adequavam às
medidas sanitárias.
A Belgo-Mineira logo percebeu então que era
necessário ir ainda além.
Em cada núcleo implantado em meio à floresta, mesmo
que a mão-de-obra fosse terceirizada, foi construindo casas de alvenaria -
simples, mas com condições sanitárias adequadas -, escolas, postos permanentes
de saúde, foi abrindo e iluminando ruas, além de também abrir um número imenso
de rodovias vicinais, não apenas necessárias ao próprio escoamento da produção
de carvão, como promotoras da integração regional.
Sozinha, a Belgo-Mineira foi responsável pela
construção de mais de mil quilômetros de estradas de rodagem em todo o vale do
rio Doce.
Foi assim que a Belgo-Mineira colaborou em grande
medida para a ocupação e a valorização econômica de toda a região.
Em torno dos núcleos carvoeiros, foram surgindo
prósperas cidades - Goiabal, Dionísio, Alfié, Grama, Santa Isabel, Ipatinga,
Jaguarassu, Várzea da Palma.
Na cidade de Várzea da Palma, a Belgo-Mineira
construiu mais de 300 quilômetros de estradas de rodagem , escolas, hospital e
até um campo de pouso para aviões, e, posteriormente, transformou-se no município de Pirapora.
A cidade de Ipatinga, surgiu da doação de áreas
feita pela Belgo-Mineira à comunidade.
A partir dos anos 40, com a implantação do serviço
de reflorestamento, esses núcleos teriam importância crescente e serviram, inclusive,
de ponto de partida para a implantação de outras grandes usinas siderúrgicas,
como a Acesita(1944) - (hoje pertencente à ArcelorMittal Inox Brasil) e a
Usiminas(1956), para as quais a Belgo vendeu parte de seu patrimônio
florestal.
Para as comunidades locais, porém, ficou o legado
de melhor qualidade de vida impulsionado pela Belgo-Mineira.
Muito tempo depois, constatou-se, por exemplo, que
Dionísio, já uma cidade com mais de dez mil habitantes, apresentava um dos mais
baixos índices de analfabetismo de todo o estado de Minas Gerais.
Talvez o resultado de longo prazo dos primeiros
grupos escolares mantidos ali pela Belgo-Mineira, décadas antes.
A Corrida do Gusa
Após dois anos
de iniciado a construção, em 1937, a
CSBM fazia sua primeira corrida de gusa em seu primeiro altoforno.
Do Melado ao Aço |
A Segunda Grande Guerra Mundial, de 1939 a 1945,
até 1944 ganhava maiores proporções. Monlevade havia pouco começara a
funcionar.
Mas, devido à guerra, cessadas as importações, as
estradas de ferro do país ressentiam-se da falta de trilhos com que renovar as
suas linhas.
Foi nessa conjuntura que a Belgo-Mineira, desejando
avultar a sua contribuição ao esforço de guerra do Brasil tomou, por decisão do
Dr. Ensch, a iniciativa de instalar em Monlevade um "laminador" para
fabricar trilhos. Mas onde buscar o "laminador"?
Num rasgo próprio do Dr. Ensch e da história da
Companhia, resolveu-se a construir o "laminador" na própria oficina
mecânica de Siderúrgica.
Já no começo da década de 1940, a Belgo-Mineira,
alimentada por carvão vegetal, fazia 50% do aço produzido no Brasil.
O período de 1938/1949 é assim uma fase de
ampliação e modernização dos processos de fabricação tradicionais.
Para que a usina funcionasse, em pleno sertão de
Minas Gerais, numa região dominada por morros, era preciso que antes de tudo se
criassem condições de vida no local.
Assim, decidiu-se que a usina ficaria no alto de
uma pequena esplanada e o conjunto urbano seria construído em seu redor.
Estava nascendo então a segunda Vila Operária da
América Latina.
A cidade mereceria, aliás, tanto ou mais
planejamento do que a própria usina.
Seu projeto foi entregue a um jovem e talentoso
urbanista chamado Lúcio Costa. Surgindo com isso, construções em estilo Neoclássico, ao lado
da Usina.
Um "ensaio", talvez, em grande estilo, da obra que seria realizada, anos depois, em pleno Planalto Central.
Um "ensaio", talvez, em grande estilo, da obra que seria realizada, anos depois, em pleno Planalto Central.
Até 1938,
os funcionários da Belgo-Mineira eram acomodados em hotéis e alojamentos
provisórios construídos especialmente e com algum conforto, mas não era
possível que essa situação perdurasse.
Ao redor do imenso platô formado para sustentar as
instalações da usina, acima e abaixo, foram então surgindo as vilas
residenciais, a partir das ruas Beira Rio e Siderúrgica, que ficavam entre a
margem do Piracicaba e uma exuberante mata nativa.
Do núcleo pioneiro, novos conjuntos foram construídos ao longo dos anos, todas com
nomes de grupos indígenas brasileiros - Tupis, Guaranis, Carijós, Caetés,
Aimorés, Tamoios, Tabajaras e Tocantins.
Do outro lado do rio, foram construídas as ruas Tapajós,
Paraúna, Tietê, Amazonas e Santa Cruz.
E, próximo ao ribeirão Carneirinhos, as vilas
Engenheiros, Vila Tanque, Baú, Areia
Preta e Pirineus.
Ampliação e Modernização – Anos 50
Nos anos
50, a Usina da Belgo foi ampliada e modernizada, passando a ocupar importante
espaço na produção de aço no País.
O
crescimento da usina encontrava-se diretamente associado ao desenvolvimento de
João Monlevade, que, apesar de estar ligada politicamente ao município de Rio
Piracicaba, permaneceria como um núcleo urbano privado, administrado pela
companhia até os anos 60.
Economicamente
o município sempre viveu da extração de recursos minerais, como o minério de
ferro, as pedras preciosas e a produção de aço.
Em 1943,
já existiam em Monlevade 600 residências; e em 1952 eram ao todo 2.500 residências,
distribuídas em 19 núcleos residenciais.
Também começou a ser construído, a partir do final da década de 40, todo um conjunto obras de infra-estrutura e serviços - redes de água e esgoto, estação de tratamento, abertura, calçamento e iluminação de ruas, rodovias vicinais, centro comercial, escolas, hospitais, hotéis - como o "Cassino" -, clubes, cinema, igreja e muitos outros equipamentos urbanos estruturais e sociais.
Surgem os primeiros hotéis e o majestoso e ostentoso Cassino.
“Ao mesmo tempo, a administração sob o
comando de Ensch não descurou também da questão do minério de ferro".
Nota do Bottary nº 1:
Meus Amigos e Minhas Amigas:
Não poderia deixar de mostrar aqui, a sublime homenagem
que foi feita ao magnânimo engenheiro e empreendedor humanista nos negócios da
siderurgia, na incipiente João Monlevade, Dr. Louis Ensch.
É de justiça lembrar que foi ele um homem de uma nobreza
ímpar, cuja capacidade de agregar valor aos seus colaboradores – e era assim
que ele tratava com seus funcionários da Belgo-Mineira – mostrando
espontaneamente ser alguém muito além de ser alguém que daria valor tão somente
aos seus altofornos.
Foi mais que um patrão; ele foi um verdadeiro Pai pra
todos, nos dizeres populares.
Neste contexto gostaria de mostrar, nesta pesquisa, o
conteúdo na íntegra dos discursos proferidos nas homenagens que se seguiram no
palco do ostentoso Cine Monlevade, no dia 15 de Novembro de 1952.
BODAS DE PRATA
25º Aniversário
Administração do Dr. Louis Ensch
Transcorreu, no mês
de novembro de 1952, o vigésimo quinto aniversário da administração do Dr.
Louis Ensch, Diretor-Geral da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira.
Desejando comemorar
com o merecido destaque a passagem dessa efeméride tão significativa, os seus
colaboradores imediatos fizeram realizar diversas solenidades nas Usinas de
Siderúrgica e Monlevade, dando ensejo a que todo o pessoal da empresa se
associasse às homenagens prestadas ao seu eminente Diretor-Geral.
Para o maior
brilhantismo dos festejos, contaram os seus realizadores com a plena
solidariedade dos órgãos administrativos da companhia, especialmente dos
ilustres componentes da sua Diretoria, senhores: Christiano França Teixeira
Guimarães – Presidente; Mário Dias de Castro – Vice-Presidente; Jules Verelst –
Diretor-Superintendente; Trajano de Miranda Valverde – Diretor-Primeiro
Secretário e Edmundo da Luz Pinto – Diretor-Segundo Secretário.
Álbum em homenagem aos 25 anos de administração do Dr. Louis Ensch |
Discurso pronunciado
pelo Dr. Albert Scharlé, em nome do
pessoal da Companhia, na sessão solene realizada no Cine Monlevade, em 15 de novembro
de 1952:
Exmo. Sr. Dr. Louis Ensch e Exma. Senhora,
Minhas senhoras e meus senhores,
“Todos nós, reunidos hoje neste recinto, como integrantes
da mesma grande família, cercando carinhosamente a figura do nosso querido
chefe, sentimos os corações transbordando da mais legítima e natural alegria,
ao festejar as bodas de prata da administração Louis Ensch, cuja vida se identifica
com a própria Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira.
Dr. Albert Sharlé Diretor |
Um quarto de século atrás, em meiados do ano de 1927,
estava em jogo o futuro da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira...
Com 6 anos de vida infrutífera, acabava ela de acordar de
um sono improdutivo de mais de 6 meses, sem nenhuma esperança no porvir.
Foi então que os responsáveis pela empresa resolveram
fazer uma última tentativa, para salvar a existência de um empreendimento que
parecia condenado ao fracasso.
Lembraram-se, em boa hora, de um jovem engenheiro, que
trabalhava numa das suas usinas na Europa, o qual, apesar de seus 30anos de
idade, já havia alcançado o elevado cargo de chefe de serviço, num meio
altamente conservador e de grande competição de valores humanos, graças às suas
altas qualidades profissionais e ao seu dinamismo invulgar.
E, nas mãos decididas deste homem, foi colocado então o
destino da Companhia!
Assim, numa tarde risonha de 10 de novembro de 1927,
apareceu em Sabará, o engenheiro Louis Ensch, credenciado não somente pelo
título de novo Diretor da Usina, mas também pela mais alta capacidade técnica e
organizadora.
O ambiente parecia de todo acolhedor...De um lado, a
natureza festejava sua renascença anual, numa sinfonia maravilhosa de cores, e
um clima ameno envolvia os sentidos.
De outro lado, um punhado de homens devotados ao trabalho
apresentava as suas sinceras boas-vindas ao novo chefe.
Mas a realidade nua era bem diferente...
Lá estava, cercada de altos morros, a pequena usina de
Siderúrgica, transformando penosamente, cada dia, umas 20 toneladas de gusa em
outras tantas de aço e laminados.
Porém, este material destinava-se a ser guardado nos
depósitos, porque as fundições e os construtores do País nenhuma confiança
tinham nos produtos da siderurgia nacional.
Não dispunha a usina da menor garantia para suprimento de
combustível ou de outras matérias primas indispensáveis, salvo talvez o minério
de ferro, que era rudimentarmente explorado na jazida do Segredo.
Para completar este quadro desolador, basta dizer que
fora da cerca da usina, não tinha a Empresa – seriamente endividada – um plano
de terreno, sendo que o próprio trilho que dava acesso à casa da bomba, nas
proximidades do rio, era de propriedade de outros.
Como quartel-general, dispunha de um pequeno barracão,
pretensiosamente chamado escritório, ao lado do qual o atual escritório
provisório de Monlevade é um autêntico palacete.
E na realidade, não existia motivo, então, para
acomodações mais vastas, porquanto o modesto dirigente, sozinho como se achava,
teve de acumular na sua pessoa, todo o peso das funções técnicas, comerciais e
administrativas, desde diretor a engenheiro chefe, chefe de serviço e
engenheiro assistente, às vezes mesmo contra-mestre...
Tal situação desanimadora, no entanto, longe de oprimir o
espírito do novo dirigente, provocou nele uma reação criadora, quase como um
desafio contra tantas adversidades!
À sua tarefa, dedicou-se ele com todo o ardor e
entusiasmo próprios da mocidade, seguro de si mesmo, e infundindo nos seus
colaboradores a sua própria fé no futuro.
Em conseqüência de tal intervenção enérgica e
clarividente, ligada ao profundo conhecimento do assunto, não podiam deixar de
aparecer os primeiros sintomas de convalescença.
Graças a um esforço heróico de todo pessoal, esforço que
exigiu, muitas vezes, sacrifícios materiais a até morais, começaram os produtos
da usina a conquistar o mercado interno.
Foi posto em serviço o novo alto forno; criou-se uma base
carbonífera com os próprios recursos e, em meados de 3 anos, estava saneada a
situação financeira da Companhia, e evidenciada a razão de sua existência.
É de justiça realçar aqui a colaboração dedicada dos
operários da usina, os quais, no momento mais crítico, concordaram, num grande
espírito de sacrifício, em uma redução de salários, fato inédito na historia da
indústria.
Para qualificar tal realização, existe só uma palavra,
cunhada nos Estados Unidos da América, ao tempo da sua formação ‘PIONEIRO’!
Pioneiro da siderurgia no Brasil!
Fortificada e em franco desenvolvimento, como se achava,
foi com relativa facilidade que a empresa venceu os efeitos desastrosos da
crise mundial nos anos de 1930 e 1931.
Tendo assim a Companhia suportado, valorosamente, mais
esta prova árdua, não hesitou o seu jovem administrador em realizar os seus
planos de ampliação da usina, construindo mais um forno de aço, e um novo
laminador, e criando uma fonte segura de energia elétrica.
Mas não se descuidando do bem estar de seus
colaboradores, fez construir a primeira Vila Residencial para os empregados,
organizou o Serviço Médico, e fundou Clubes esportivos e recreativos.
E, a esse tempo, tendo colocado a usina de Siderúrgica em
base inabalável e autônoma, volveu os seus olhos, em fins de 1934, para os
planos já amadurecidos, de construção de uma nova usina!
Com efeito, graças à sua fé absoluta no futuro do Brasil,
à sua coragem indomável e à sua palavra convincente, havia o nosso grande chefe
conseguido a autorização e alguns recursos, embora escassos, para começar a
realização da usina de Monlevade
Dos seus colaboradores, que tiveram a ventura de contribuir,
ainda que modestamente, para a concretização deste grandioso plano, poucos são
os que, em raras ocasiões, se lembram das dificuldades aqui intransponíveis,
das adversidades tenazes, dos empecilhos fatídicos, que se antepunham ao
esforço humano, durante a construção desta obra.
Queremos só recordar as viagens longas e exaustivas a
cavalo e em vagões abertos do lastro, as juntas de bois arrastando o primeiro
maquinismo na chamada “esplanada”, a instabilidade do terreno, que desafiou os
mais seguros cálculos...
Está aqui, visível a todos os olhares, o imponente
monumento de trabalho e progresso, obra de uma só homem, e para o qual não
hesitamos em aplicar as famosas palavras do primeiro Ministro inglês,
proferidas em fins de 1940: nunca tantos homens deveram tanto a tão poucos!
É de justiça, no entanto, que sejam postas à luz do dia
algumas das épocas ou decisões mais marcantes da história de Monlevade.
Durante os anos de 1936 até fins de 1939, foram
construídos e postos em funcionamento, de acordo com um plano preestabelecido,
uma possante usina hidrelétrica, 2 altos fornos, 2 fornos de aço e os
laminadores.
Quando tudo estava pronto para os primeiros e reais
resultados, sobreveio a segunda guerra mundial.
Mas o nosso eminente administrador não foi tomado de
surpresa, nem desprevenido...
Com efeito, graças à sua clarividência, infalível, e com
plena ciência de sua responsabilidade, tinha ele mandado acumular, nos diversos
depósitos das usinas, vultosas quantidades das indispensáveis matérias primas
de importação, previdência que permitiu à empresa produzir a plena marcha,
durante o longo período da conflagração mundial.
Mas não parou por aqui a inestimável contribuição do
nosso homenageado, para o desenvolvimento da indústria siderúrgica no Brasil.
Estamos todos lembrados daquela memorável entrevista com
o Ministro da Viação e Obras Públicas, em fins de 1942, durante a qual o Dr.
Ensch, dando prova mais uma vez de sua coragem audaciosa, assumiu o compromisso
de fornecer ao Brasil, dentro de um ano, trilhos para as suas estradas de
ferro, compromisso esse que tão brilhantemente cumprido!
Baseado em observações perspicazes, colhidas durante a
guerra, e em estudos da situação econômica, tanto interna quanto internacional,
tratou logo o Dr. Ensch de solidificar as bases da usina de Monlevade,
dotando-a sucessivamente de instalações novas e inéditas, marcando cada uma
delas novo passo de pioneiro.
Entre tais inovações, citemos: a maquinaria para produção
de arame duro de alta qualidade, valorizando ao mesmo tempo o material e a mão
de obra; a moderníssima Fábrica de Tubos galvanizados, que proporcionou ao
Brasil a independência dos produtos estrangeiros; a famosa usina de
Sinterização, cujo produto não só deu resultados espetaculares nos Altos
Fornos, como também permitiu uma exploração racional e total das riquezas
minerais da jazida de Andrade.
Só esta última providência, em conjunto com o
reflorestamento artificial intenso, deu á empresa a garantia de uma vida
perene, nas mais sólidas condições econômicas; o Laminador reversível, que além
de fornecer a matéria prima para a Fábrica de Tubos, veio abrir um novo mercado
compensador, para fitas de alta qualidade.
Tão impressionante conjunto de realizações daria, ao
administrador mais ambicioso, motivos de sobra para intercalar, em suas
atividades, um período de descanso, mais do que merecido.
Mas não para o estimado Chefe...
Confiante no grande futuro do Brasil, seu espírito
criador já concebeu novos grandiosos planos de ampliação das instalações e de
especialização dos produtos, com introdução de novos processos e maquinaria
ultra-moderna, projetos estes em plena via de estudos e execução.
Como grande e autêntico líder que é, não podia o Dr.
Ensch deixar de cuidar também do bem estar de seus colaboradores.
À medida que surgiram os fornos e chaminés da usina,
foram sendo criados Hospitais, Assistências, Escolas, Igrejas.
Essa atividade social tomou um surto extraordinário,
desde o dia memorável em que um destino providencial fez o Dr. Ensch encontrar
a companheira ideal da sua vida.
Este acontecimento foi duplamente auspicioso.
De uma parte, proporcionou ao nosso querido chefe um lar
reconfortador, que o faz esquecer os dissabores quotidianos da profissão; e por
outra, conquistou para os seus colaboradores uma defensora, ardente e
incansável, das suas necessidades materiais e morais.
Para aquilatar devidamente a obra monumental do nosso
homenageado, quero me reportar às críticas frequentemente surgidas no inicio da
construção desta usina, quando não foram poucos os descrentes que, de boa ou má
fé, julgaram a sua atividade condenada ao fracasso, classificando-a
desdenhosamente de “siderurgia a lombo de burro...”
No entanto, quão errados estavam tais profetas!
Com efeito, uma industria, sabiamente baseada sobre o
carvão vegetal e a força hidroelétrica, quer dizer, sobre duas fontes
essenciais de combustível e energia, que se renovam indefinidamente, sob a ação
duradoura do sol, oferece, sem dúvida, maior estabilidade do que as empresas
que consomem reservas de combustível acumuladas pela natureza, mas esgotáveis
em futuro previsível.
E não hesitamos um momento em afirmar que, se amanhã, o
ilustre realizador desta majestosa usina tivesse de recomeçar, empregaria as
próprias palavras do herói da imortal obra de Corneille: “ Je le ferais encore,
si j’avais à le refaire”, quer dizer, faria a mesma coisa se tivesse de fazer
de novo.
É pois, com o mais legítimo orgulho e a mais justa
satisfação que vós, Dr. Louis Ensch, podeis contemplar esta vossa obra, na
certeza e perfeita usina, uma usina pioneira, que abriu o caminho e deu o
exemplo, no Vale do Rio doce, para outras empresas congêneres já estabelecidas
ou que vierem a ser montadas.
E aproveitando a grata ocasião deste dia significativo,
queremos pedir-vos que aceiteis uma modesta lembrança que entrego em nome de
todos os membros desta grande família, a Belgo-Mineira, com a expressão do
profundo reconhecimento, da elevada admiração e da sincera amizade que
soubestes implantar no coração de cada um de nós.
Faço votos ardentes para que Deus vos dê, assim como à
vossa Exma. Família, muitos anos de felicidade perfeita, com vigor e saúde, a
fim de poderdes continuar vossa atividade criadora, para o bem dos vossos
colaboradores e para a grandeza do Brasil.
Discurso pronunciado
pelo Dr. Louis Ensch, na sessão
solene realizada no Cine Monlevade, no dia 15 de novembro de 1952.
“Meus senhores, minhas senhoras,
Acabo de escutar, com profunda emoção e sincero prazer,
as palavras dos dignos oradores que se fizeram ouvir nesta solenidade, trazendo
à minha pessoa, e à minha Senhora, a generosa homenagem da nossa Companhia,
aqui representada por seus órgãos administrativos e por seu dedicado pessoal.
Ao aceitar, em 1927, o convite que me foi feito pelos
saudosos amigos Emile Mayrish, Gaston Barbanson e Aloyse Meyer, - a cuja
memória desejo render o preito da minha grande admiração – para vir dirigir, no
Brasil, a Usina que então se formava, da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira,
estava certo de que se abria, para a minha vida profissional, um novo campo de
possibilidades imprevisíveis.
E o que me entusiasmava, acima de quaisquer possíveis
recompensas materiais, era a oportunidade de aplicar, em um País de vida
industrial ainda em formação, as experiências e os ensinamentos adquiridos no
Velho Continente.
Assim, neste último quarto de século, dediquei quase
todas as horas da minha vida aos empreendimentos que vimos realizando, e cuja
admiração me foi confiada.
Sinto-me tranqüilo, porque estou certo de haver feito o
possível, para justificar a confiança em mim depositada.
Porém, devo confessar, que, se me coube assumir tão
grande parcela de responsabilidade, menor não foi o quinhão dos meus
colaboradores, nos trabalhos de realização do importante conjunto industrial
que é hoje o valioso patrimônio da nossa Companhia.
Dos meus companheiros de Diretoria, tenho recebido as
mais confortadoras provas de solicitude pelo constante êxito dos nossos
empreendimentos.
Nos ilustres componentes dos nossos Conselhos, encontrei
sempre a mais perfeita compreensão dos graves problemas cuja solução tivemos de
equacionar.
E dos mais modestos empregados, aos técnicos e
engenheiros mais graduados, que foram a grande família siderúrgica que se
constituiu nos nossos núcleos de trabalho, sempre recebi a mais completa lealdade,
numa constante demonstração de interesse pelo progresso da empresa.
São tantos estes colaboradores, que me sinto na
impossibilidade de referir-me nominalmente a todos eles, embora cada um tenha o
seu grande mérito pelo trabalho realizado...
Peço-vos permissão, todavia, para lembrar o nome de
Albert Scharlé, meu querido companheiro, na usina de Siderúrgica, tem me
acompanhado com a sua sincera amizade, sua dedicação e sua competente
capacidade, tornando-se merecedor de todo o meu reconhecimento.
Sendo, pois, o fruto do esforço e da dedicação de todos
os integrantes da empresa, o êxito dos nossos empreendimentos não deve ser
atribuído unicamente à minha pessoa.
Por todas estas razões não poderiam ser mais generosos
meus colaboradores imediatos, ao programarem, sob os auspícios dos colegas da
Diretoria, as comemorações do vigésimo quinto aniversário da minha
administração.
Recebo, assim, com inexprimível emoção, as homenagens de
que venho sendo alvo, e desejo aproveitar esta oportunidade para testemunhar os
meus sinceros, agradecimentos aos meus colegas e colaboradores, e aos distintos
convidados que, com a sua honrosa presença, tanto brilho vieram emprestar a estas
solenidades.
Estou certo de que, no futuro, continuaremos todos juntos
a trabalhar pelo maior desenvolvimento da nossa empresa.
Terminada, que foi, o que podemos chamar de primeira fase
da usina de Monlevade, já estamos empolgados pela duplicação da sua capacidade
produtora.
Aprovados os primeiros planos, e colocadas as encomendas
das novas instalações com que iremos alcançar aquele resultado, iniciaremos em
breve os trabalhos de expansão da usina.
E, se pudermos continuar trabalhando, como até hoje, num ambiente de perfeita compreensão
dos deveres de cada um, e de completa harmonia em todos os setores de
atividades, daremos mais um importante passo para a completa emancipação
industrial do Brasil.
Meus Senhores,
Não desejo terminar estas palavras sem expressar a minha
profunda satisfação pela presença, entre nós, de um dos mais esclarecidos
estadistas brasileiros, cuja vida tem sido um constante exemplo de amor e
dedicação aos mais elevados interesses da Pátria!
Quando Presidente de Minas Gerais, nos primórdios dos
nossos empreendimentos, foi de Sua Excia. que recebemos os melhores estímulos
para o real desenvolvimento da siderurgia em nosso Estado.
Quando os nossos produtos de aço – os primeiros laminados
fabricados no Brasil – ainda eram recebidos com desconfiança, por se tratar de
produto nacional, foi Sua Excia. quem ordenou o seu emprego nas obras públicas,
dando uma evidente prova de confiança na qualidade do aço mineiro.
No correr da sua longa e brilhante vida pública, tem sido
um ardoroso defensor do desenvolvimento da siderurgia em Minas Gerais, bem
compreendendo a sua importância para a economia do Estado e o progresso do
Brasil.
Refiro-me, como vós, certamente, já o compreendestes, ao
eminente Presidente Melo Vianna, ilustre Senador da República, a quem agradeço,
de público, por tudo que tem feito pela siderurgia de Minas Gerais e, por conseguinte,
pela Belgo-Mineira.
Discurso pronunciado
pelo Dr. Edmundo da Luz Pinto, em
nome da Diretoria da Cia. Belgo-Mineira, no baile de gala realizado no Social
Clube de Monlevade, em 15 de novembro de 1952:
“Meu caro Dr. Ensch:
Os nossos colegas de Diretoria incumbiram-me de
testemunhar-vos nossa calorosa solidariedade às justíssimas homenagens que
estão celebrando o vosso 25º aniversário de chegada ao Brasil e de vossa
administração em nossa Companhia.
“ A vida, escreveu Disraeli, é muito curta para ser
pequena.”
Dr. Edmundo da Luz Pinto Diretor-Segundo Secretário |
Não sei se conheceis, quando aqui chegastes, em plena
mocidade, tão sugestivo pensamento. Dir-se-ia, entretanto, que, por ele
norteastes a vossa vida, fazendo dela um edificante exemplo de trabalho e uma
admirável revelação de valor pessoal, que logo vos impuseram ao respeito de
todos os vossos colaboradores.
Éreis, então, um jovem técnico que trazia para a nossa
incipiente indústria siderúrgica, começada, através de tantas lutas e
incompreensões, pela tenacidade de alguns mineiros ilustres, a contribuição de
sua extraordinária competência, que os avisados dirigentes da Arbed já
reconheciam como das mais promissoras para a realização do seu programa
benemérito.
Cedo, porém, vos revelastes o administrador clarividente,
o criador de equipes, o mestre dos seus companheiros, que soube logo
transformar a nossa modesta Usina de Sabará, n’uma verdadeira universidade
siderúrgica, criadora e aperfeiçoadora de técnicos e operários nacionais e
estrangeiros.
Já seria muito para o vosso renome. Poderíeis regressar,
vitorioso e feliz, à vossa encantadora Pátria, pedaço do paraíso terrestre e,
ao mesmo tempo, um dos maiores centros siderúrgicos da Europa.
Mas, a essa altura, a terra mineira, em cujas mágicas
entranhas Lund acreditava esconder-se o próprio coração do globo, já vos tinha
conquistado a alma, consolando-vos do imenso que havíeis deixado na Pátria
distante, com os arrebatadores acenos do seu futuro, que vos sorria no
anfiteatro das suas montanhas majestosas, de desafiando a vossa vocação de
pioneiro.
O idealista, que é a substância mesma do realizados,
entendeu o apelo e partiu para o sertão para construir Monlevade.
Usina e cidade dentro do sertão, Monlevade tem o
prestígio dos sonhos que se realizaram e das utopias que se converteram em
apoteoses.
Modelar no seu conjunto, é obra vossa e da vossa equipe;
é filha do vosso engenho e da vossa fé; é um monumento do vosso amor e da vossa
confiança nos destinos do Brasil.
Todos nós devemos ter orgulho dela, porque nos assegurou
a posição de fundadores da siderurgia nacional, como o proclamou, em palavras
memoráveis, o Presidente Getúlio Vargas.
Administrador de largo descortinio, sabendo aliar à energia
a bondade, dirigindo mais do que mandando, conseguistes fazer de cada um dos
vossos auxiliares um amigo devotado que vos venera e respeita como chefe de sua
grande família.
Homem de espírito público, ainda mais do que homem de
negócios, gostais de empregar os frutos destes amorosamente na terra, como
criador apaixonado e bom fazendeiro das Minas Gerais.
Preocupado sempre com o nosso crescente aperfeiçoamento
industrial, nunca vos esqueceis de promover, ao lado dele, obras de assistência
social, que na nossa empresa dia a dia, se alargam, com o desvelado concurso da
dedicada esposa que tão bem elegestes para completar-vos.
O vosso elogio, portanto, meu caro Dr. Louis Ensch, é
desses que não precisam ser feitos com palavras, porque está escrito, como
queria o Padre Vieira, com a salutar linguagem dos fatos.
Nesta grandiosa terra mineira, podeis estar certo, o
vosso nome há de perpetuar-se entre os mais ousados construtores do seu
progresso.
Brasileiro honorário, como o reconheceu o governo da
República, galardoando-vos com a ordem nacional do Cruzeiro do Sul; mineiro de
coração, pela identidade de hábitos e costumes e pelos carinhosos laços da
família, é natural que as vossas bodas de prata com o Brasil e com a Belgo
Mineira sejam festejadas como um dos acontecimentos mais auspiciosos e gratos.
E para que essas comemorações atingissem a máxima significação e realce,
nem nos faltou a honra que tanto agradecemos, da presença de S. Excia. o
Governador Juscelino Kubitscheck, ilustre estadista, que em menos de dois anos
de governo conquistou pelo seu dinamismo e espírito realizador, o reconhecimento
dos seus co-estaduanos, merecendo o apreço e a admiração de todo o País.
Os vossos colegas de direção na Companhia assistem e
participam, com emoção e entusiasmo, de todas as manifestações que vos exaltam
e consagram; e, entregando-vos, por meu intermédio, esta lembrança do nosso
afeto, formulam seus mais ardentes votos pela vossa felicidade e pela
continuação dos vossos triunfos.
Outro Marco Na Siderurgia
Da Belgo-Mineira
Da Belgo-Mineira
Em 1952, A Belgo-Mineira adquire o controle
acionário da Samitri, empresa de mineração, fundada em 1939, com jazidas
disponíveis para exploração, cujo volume extrapolava em muito as necessidades básicas siderúrgica da Belgo.
O objetivo de exportar, cada vez mais, era
evidente”.
Esse foi um dos últimos atos de Louis Ensch, que
vem a falecer em 1953.
Seu sucessor foi Dr.Albert Scharlé, amigo de Ensch desde os tempos em que estudaram na famosa Aix-La-Chapelle; viera ao Brasil em 1929, atuando durante muito tempo na consolidação da Siderúrgica, em Sabará.
Em 1958, a Belgo-Mineira voltava suas preocupações
para a realização de um segundo plano de expansão, cuja meta seria a produção
de 500 mil toneladas de aço.
Monlevade tornava-se, de novo, um grande canteiro
de obras com a reconstrução dos alto-fornos II e III.
Por outro lado, configurando a infraestrutura do
projeto de ampliação, eram tocadas as obras civis do Teleférico que ligaria a
Usina ao centro carvoeiro de Dionísio, com uma extensão total de 51 km, assim
como o Centro Regulador de Carvão e da Estação de Peneiramento, como também as
obras na Mineração de Andrade (estação de britamento, construção de silos de
minério e uma nova Usina de Sinterização).
O Teleférico no transporte de minério de ferro |
No correr do ano de 1958 a Usina de Siderúrgica batia todos os índices de produção de sua existência, especialmente no setor de laminados.
O mesmo ocorre em 59, mesmo contando com o antigo
equipamento.
Em Monlevade, a nova Aciaria LD bate recorde
mundial de produção.
Com prazer os dirigentes da Belgo-Mineira
explicavam assim o fenômeno: “Não podemos, por igual, omitir a contribuição
que nos tem sido possível fazer à implantação da indústria automobilística
nacional e ao incremento da indústria de estruturas metálicas".
Por todo o País ocorria um incremento geral das
obras civis, tanto públicas como particulares. Era a força de Plano de Metas e
a construção de Brasília. O Governo era o do Presidente Juscelino Kubitscheck, no lema 50 anos em 5.
Ao final dos anos 50, com unidades de produção em
Sabará e Monlevade, foi concluído o primeiro pavilhão da nova Trefilaria de
Contagem, onde já se fabricava arame farpado.
Multiplicado por cinco o seu capital social em
quatro anos, a Belgo-Mineira era testemunha das grandes mudanças havidas no
Brasil e no mundo.
Fechava o ciclo de seu crescimento.
Abria-se a fase de seu desenvolvimento.
Ao
longo do processo de desenvolvimento, a Belgo-Mineira foi adquirindo várias
extensões de terras para o plantio de Eucalipto, e outras reservas florestais,
para o seu suprimento da matériaprima, o Carvão Vegetal, e, por conseguinte, em
cada local, era montada bases com postos médicos e serviços de enfermaria.
Ferrovia que liga a Usina de Monlevade à Mina do Andrade Acima no morro, o Reflorestamento de Eucaliptos da Cia. |
Concomitantemente,
a Belgo-Mineira ia promovendo serviços de engenharia sanitária, aterrando lagos
insalubres, retificando córregos e aplicando inseticidas, em locais insalubres.
No entanto, a malária sobrepujava, sendo o grande inimigo a ser vencido, necessitando
do combate preventivo, junto aos trabalhadores e moradores da região.
Os
médicos se constituíam meritoriamente de heróis, na luta persistente contra a
doença, que a bem da verdade causava muitas mortes. Neste sentido, a Belgo-Mineira,
num empreendimento bandeirante, concluiu que deveria ir mais além do que já
estava sendo feito: mudar o paradigma de costumes daquele povo sofrido. Foi
construindo casas da alvenaria, numa simplicidade, mas sobretudo em condições
adequadas de vida.
Escolas,
Postos de Saúde, iluminação nas ruas, rodovias de acesso não só para o
escoamento do carvão vegetal, matériaprima dos altofornos, como também,
integrando as comunidades que ao longo do tempo iam surgindo lado a lado ao
desbravamento.
Em
todo o Vale do Rio Doce foram mais de 1000km de estradas de rodagem,
colaborando, por conseguinte, com a economia da região, no tocante à logística.
As cidades de Pirapora, no norte de Minas Gerais, cidade ribeira do Rio São Francisco, bem como a cidade de Ipatinga, no Vale do Aço, são resultados desse desbravamento.
Aos
poucos a Belgo-Mineira, na pessoa do Dr. Louis Ensch foi deixando um legado de
vida, da melhor qualidade para os seus funcionários e familiares. E este, é um
dos itens que se fez construindo ainda mais com o aumento da produtividade da
empresa, na medida em que todos se estimulavam ao trabalho, adoecendo menos,
inclusive, marcando então com um índice de absenteísmo relevante.
Esta
sim, é a verdadeira valorização que se poderia oferecer aos trabalhadores
metalúrgicos, naquela tão difícil época.
Turbulências
Os sinais estavam indicando o momento para mudança
de estratégia.
“Percebia-se, também, o baixo valor agregado
do aço se comparado com outros produtos na ponta da cadeia produtiva".
Essas constatações aconselhavam o abandono
progressivo dos produtos de massa e volume e sua substituição por produtos cada
vez mais sofisticados, manufaturados em lotes cada vez menores, de crescente
valor agregado.
A empresa toma, então, a decisão estratégica de mudar o seu negócio para a fabricação e comercialização de arames.
Assim, ao fazer do trefilado seu novo negócio,
fabricando produtos diversificados e de alta qualidade, com tecnologia de ponta
a partir do Fiomáquina, a Belgo-Mineira buscava nichos de mercado.
Assim ocorre! Mas, em 1963 houve a transferência final do equipamento da antiga
Trefilaria de Monlevade para a nova Trefilaria da Cidade Industrial - Contagem,
região metropolitana de Belo Horizonte - moderna e em condições de lançar, em
pouco tempo, novas linhas de produtos de alta resistência, como trefilados
entalhados para concreto armado, arames e cordoalhas para concreto protendido e
novas qualidades de arames galvanizados.
Esta trefilaria seria então, a segunda maior do mundo e estabelecendo a
primeira "joint-venture"com
a Bekaert, da Bélgica, maior produtora mundial de trefilados, através da
criação da Belgo-Mineira Bekaert Artefatos de Arame, especializada na produção
de "steel cord" – cordonéis de aço para pneus radiais.
Em 1968 foi instalado o Laminador Morgan
na Usina de Monlevade.
Não foi muito
longe para que ela se consolidasse fortalecida no mercado, com uma qualidade de
uma das maiores siderúrgica do país.
A tônica desta fase da Belgo-Mineira é o
aumento do foco de atuação em trefilação e produtos derivados, que ocorre em
paralelo ao esforço de profissionalização da administração.
A primeira
Usina de Sabará é transformada em trefilaria e o plano de modernização da Usina
de Monlevade, no valor de US$ 500 milhões, é concluído.
São
adquiridas participações na Brazaço-Mapri e Metalúrgica Norte de Minas, empresas
produtoras de fixadores para a indústria automobilística, e na Jossan S.A.,
empresa de trefilados. É criada a Bemaf, uma segunda "Joint Venture"
com a Bekaert e ocorre uma diversificação de atividades com a criação de empresas
financeiras, de seguros, "trading" e informática.
Na década de 90 e até o presente momento, a Belgo-Mineira tem passado por profundas transformações, visando a sua atuação em tempos de economia globalizada e de acirrada competitividade.
É nesse
contexto que se inserem as ações gerenciais para a criação de uma identidade de
grupo, os programas de efetividade operacional – administração da qualidade
total, "benchmarking", terceirização, associação, reengenharia
– o foco em competências básicas e os movimentos de ganho de escala, todos eles
implementados com a finalidade de alcançar um desempenho superior, meta
principal de qualquer companhia que pretende ser bem sucedida no ambiente
competitivo.
Foi em 1994
que começou o trabalho de posicionamento da empresa para o futuro. Um ambicioso
plano de investimentos de U$ 1 bilhão concluído em 1997 e baseado em uma
nova estratégia competitiva, criou condições para a melhoria da rentabilidade,
para o crescimento e, consequentemente, para a criação de valor.
No seu setor
de mineração a capacidade produtiva é agora de 29 milhões de toneladas/ano,
representando um aumento de 38% sobre 1996.
No setor siderúrgico, a capacidade instalada de laminados, a partir de 1998 e incluindo a MJS arrendada, é da ordem de 3 milhões de toneladas/ano, superior em 220% à capacidade de 1994.
No setor de
trefilados e de produtos derivados, a capacidade instalada é atualmente da
ordem de 1,1 milhão de toneladas/ano.
Em termos de
aquisições, destacam-se a compra da Dedini, hoje uma subsidiária integral da
Belgo-Mineira, e da Cia. Ferro e Aço de Vitória. Essas duas empresas, somadas
ao arrendamento da Mendes Júnior Siderurgia, permitiram o retorno da
Belgo-Mineira ao setor de construção civil com uma linha completa de produtos e
com escala competitiva de produção.
As
construções das Usinas Hidrelétricas de Guilman-Amorim e Muniz Freire,
asseguram à Belgo-Mineira e à Samarco o fornecimento de energia a custos
competitivos. Da mesma forma os aumentos de capacidade da Samitri, da Samarco,
da BMB e da Usina de Monlevade representam respostas em termos de escala, às
demandas do mercado.
Com a criação
da BMBT, a Belgo-Mineira consolidou em 1997, a sua associação com a
Bekaert no setor de trefilação, onde todas as empresas têm participação dos
dois sócios.
Em 15 de
abril de 1998, assume a direção executiva da Belgo-Mineira, o engenheiro
Antônio José Polanczky, que substitui François Moyen, mentor e condutor das
transformações da empresa até então.
Novos
Altofornos; Trefilaria; Fábrica de Arames Farpados; Laminadores; Fábrica de
Tubos; Aciaria; Fábrica de Oxigênio e Lingotamento Contínuo.
Projetando-se a
Belgo-Mineira, ao longo da 2ª metade do século passado (sec. XX) e adquirindo
ações de outras empresas, expande-se para outras cidades de Minas Gerais e
outros Estados.
No mundo moderno,
suas certificações no tocante às normas de sustentabilidade, a consolida nas
normas ISO 9002 (Qualidade); ISO 14000 ( Meio Ambiente) e BS 8800 ( Segurança
e Saúde Ocupacional).
A CSBM se
organiza nas áreas de cidadania, cultura, saúde, Educação, responsabilidade
social e excelência empresarial.
De Um Passado Distante...
Um Enorme Conglomerado!
Um Enorme Conglomerado!
E, numa
associação ao Grupo Arcelor, que se
faz na junção da Arbed (Luxemburgo,
1911); com a Aceralia (Espanha,
1997) e Usinor (França, 1999), em 18
de Fevereiro de 2002, fica presente uma nova logomarca, a Belgo-Arcelor.
ArcelorMittal Aços Longos Brasil |
Sua
estrutura data de 2005; é a maior
siderúrgica da América Latina.
São
25 unidades com capacidade total de produção de 11 milhões de toneladas de
aço/ano; são 14 mil empregos diretos, controlada pelo Grupo ArcelorMittal S.A,
um conglomerado multinacional, com sede em Luxemburgo.
Desta feita,
atingiu marcas significativas com grande sucesso.
ArcelorMittal
Uma Marca Para Sempre!!!
Uma Marca Para Sempre!!!
João Monlevade,
Uma Cidade Para o Novo Milênio!!!
Uma Cidade Para o Novo Milênio!!!
Nasce o Distrito João Monlevade
Construída em estilo Neoclássico, para ser a segunda Cidade Operária do País, João Monlevade possui como
elemento fundamental de sua identidade, a atividade siderúrgica.
A
comunidade, criada pela Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, estabelecida como
distrito do município de Rio Piracicaba em 27 de dezembro de 1948, teve por um bom tempo seu desenvolvimento caracterizado pelo
crescimento de dois povoados:
Um deles, na região mais próxima à usina, ao longo do rio Piracicaba, onde surgiam cada vez mais conjuntos habitacionais, todos sob a supervisão da Belgo-Mineira.
E outro, a
poucos quilômetros de distância, na região conhecida como Carneirinhos, onde se
notava uma expansão nas atividades comerciais para atender às necessidades da
população que trabalhava na usina.
O distrito de
João Monlevade, foi crescendo concomitantemente ao crescimento da Usina; foi-se
planejando uma infraestrutura social para os operários, o que se fez colocar nas mãos do Dr. Yaro Burian, arquiteto que de uma certa forma foi convidado pelo Dr. Louis Ensh para projetar a maioria ou a quase totalidade dos prédios, casas e vilas, indispensáveis ao funcionamento de uma cidade, quando se construiu a Usina de Monlevade e se inaugurou a "cidade" que lhe daria condições plenas de funcionamento.
Aos
poucos foram construídos: redes d’água e esgoto; estação de tratamento d’água;
aberturas de ruas; calçamentos com pedras e paralelepípedos; iluminação de ruas
com postes de madeira; rodovias vicinais; centros comerciais; escolas;
hospitais; hotéis e um grandioso e majestoso cassino; clubes; cinemas; igreja e
outras estruturas sociais, a bem de toda uma comunidade que soerguia
majestosamente, no Vale do rio Piracicaba.
Centro antigo da cidade, com vista do famoso Morro do Geo; ao lado o Colégio Estadual de João Monlevade; a linha de ferro Vitória a Minas; o Mercado antigo e ao fundo acima a Belgo-Mineira |
Assistência Médica
Mais Um Marco
Na História da Cidade
A
Assistência Médica foi tão levada a sério que em 1952, foi inaugurado o
Hospital Margarida, considerado um dos melhores do Brasil, na época.
Especial atenção também em Monlevade foi dada à
assistência médica e educacional.
Nesta área, desde o início das obras foram
montados ambulatórios e centros médicos e, em 1952, foi montado o moderno Hospital Margarida.
Considerado um dos mais bem equipados do Brasil, o
hospital chamou a atenção do então governador de Minas Gerais, Juscelino
Kubitschek, que, durante a inauguração, teria chamado seu secretário de saúde
e dito: "construa um desses em Belo Horizonte, que seja a quarta parte deste...".
Inauguração do Hospital Margarida - 1952 Ao lado do Dr. Louis Ensch(terno branco) o Governador de Minas Juscelino Kubitschek |
Além do hospital, a Belgo-Mineira também
providenciou a instalação de uma Usina
de Beneficiamento de Leite e um Lactário.
Preocupada com o grande consumo de leite sem tratamento - a moderna indústria de laticínios no Brasil surgira já em meados dos anos 20, mas restringindo-se às grandes cidades - a empresa decidiu criar sua própria Usina de Beneficiamento de Leite, através de processos de pasteurização.
Até então, alertavam os médicos da região, grande
parte dos índices de mortalidade infantil devia-se ao consumo do leite in
natura, que é um grande veículo de disseminação de doenças, como a tuberculose.
Leite e manteiga eram fornecidos a um preço subsidiado
aos funcionários da Belgo-Mineira e às crianças de até um ano de idade era
fornecida gratuitamente uma mamadeira de leite enriquecido por dia.
A
Educação foi também marco no crescimento da cidade, e foram construídas 3
escolas primárias e uma profissionalizante, que iniciaram o funcionamento em
1942 e em 1951 chegou a parceria do SENAI – ( Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial).
As aulas eram ministradas por engenheiros da
Belgo-Mineira e os alunos que nela se formavam geralmente estavam aptos a
desenvolver atividades profissionais tanto na própria Belgo, como em qualquer
outra empresa de grande porte no país.
O nível de aprendizado era tão bom que,
costumava-se dizer, quando os alunos de Monlevade iam estagiar em outras
escolas do SENAI, em São Paulo, Rio e outros estados, em comparação com outros
alunos, estavam aptos até a lecionar.
Estes
alunos estariam voltados para alimentar a Usina com profissionais de qualidade,
bem como outras empresas no âmbito nacional.
A qualidade de vida dos funcionários da
Belgo-Mineira era complementada por uma grande rede de lazer.
Um estádio de futebol e dois times - o Metalúrgico
e o Belgo-Minas - além de clubes recreativos - o Social, o Ideal, o União
Operária e o Grêmio Esportivo - eram mantidos ou subvencionados pela empresa.
Esses benefícios eram ainda complementados por
obras sociais de grande importância que, desde 1942, eram promovidas pela Caixa Beneficente de Monlevade, criada
pelos próprios funcionários.
A Caixa Beneficente de Monlevade, aliada pelos próprios operários, promovia benefícios complementares na área social, com fornecimentos de mantimentos e outros congêneres de consumo doméstico.
A Caixa Beneficente de Monlevade, aliada pelos próprios operários, promovia benefícios complementares na área social, com fornecimentos de mantimentos e outros congêneres de consumo doméstico.
Além disso, a partir de 1955, através da Fundação Félix Chomé, passou a ser prestado
auxílio especial para funcionários e seus filhos na área educacional, através
da cessão de bolsas de estudo para cursos profissionais e aperfeiçoamento
técnico em universidades.
Educação Ginasial
Padre Higíno |
Ordenado
sacerdote aos 25 de outubro de 1936, em Roma, exerceu seu ministério em Santa
Bárbara e João Monlevade, na qual cidade chegou em 1945 para viver a maior
parte de sua vida religiosa.
Instalou
nela, em 1948 a Paróquia de São José Operário. Deve-se honrosamente ressaltar
que nos 30 anos de vida religiosa em João Monlevade, Padre Higino, como era
conhecido de todos, deixou dois grandiosos legados: a formação da consciência
religiosa de seu povo e a educação da juventude e neste naipe, fundou e
instalou na cidade em 1955 e com a ajuda da Belgo-Mineira e da Arquidiocese de
Mariana, a Escola Municipal Cônego Higino; escola esta que foi a sucessora do
antigo Ginásio Monlevade.
O Ginásio Monlevade, foi o primeiro estabelecimento de ensino médio do município, e, a partir de 1965, foi integrado à rede estadual de ensino, com o tradicional nome de Colégio Estadual de João Monlevade. Nele, Padre Higino foi seu diretor até 1971.
Colégio Estadual de João Monlevade Antigo Ginásio Monlevade Pátio do Recreio |
O Ginásio Monlevade, foi o primeiro estabelecimento de ensino médio do município, e, a partir de 1965, foi integrado à rede estadual de ensino, com o tradicional nome de Colégio Estadual de João Monlevade. Nele, Padre Higino foi seu diretor até 1971.
Construída durante a 2º Guerra Mundial pela Belgo e doada anos depois a prefeitura.
A Igreja é a única do mundo em formato de um V.
“V Disfarçado” é uma alusão à vitória dos aliado, com o fim da 2ª Guerra Mundial(1939 a 1945).
Igreja Matriz São José Operário |
No dia 25 de Setembro de 1948, a comunidade cristã Monlevadense inaugurava a Matriz de São José do Operário no bairro Tieté, projetada pelo arquiteto tcheco Yaro Burian, por solicitação da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira(CSBM).
A Vila Operária
Segunda Vila Operária
da América Latina
da América Latina
Com a
siderúrgica de Monlevade em funcionamento, foi necessária a construção de toda
uma estrutura urbana a fim de receber os novos moradores que viriam ocupar os
empregos oferecidos pela usina.
Em 1934, foi realizado um concurso no qual
arquitetos de todo o País puderam elaborar projetos para a futura “cidade
operária”. O engenheiro Louis Jacques Ensch foi o escolhido para idealizar o distrito
que viria a se tornar a cidade de João Monlevade e planejar e organizar a
usina, definitivamente instalada no ano de 1935.
A distribuição da população nos espaços do
distrito levava em conta a ocupação desempenhada pelo trabalhador, além do
tamanho de sua família.
Em 1938, estava prevista a construção de 300 moradias, preferencialmente destinadas aos trabalhadores casados.
Década de 40
Por
aqui passaram os maravilhosos épicos do cinema hollywoodiano, como por exemplo:
Ben-Hur com Charlton Heston; O Dólar Furado, com Giuliano Gemma; My Name Is
Pecos; Tarzan; Sete Raios de Assur; Django; 20 mil Léguas Submarinas, um filme
baseado no livro do grande escritor de ficção científica Júlio Verne; Hércules;
Sanção e Dalila; Davi e o Gigante Golias; Salomão; Quo Vadis; Queda do Império
Romano; A Noviça Rebelde, Tempos Modernos com o inesquecível Charles Chaplin; O
Garoto; e muitos outros faroestes que fizeram sucesso na época de ouro do cinema.
O
bairro Vila Tanque foi um dos primeiros a ser construído junto com o bairro
Areia Preta; Cidade Satélite, Baú, e outros.
A
mão-de-obra seja ela no nível operacional ou administrativa, necessitam também
do lazer e, por conta disso, o Dr. Louís Ensch implementou a construção do
primeiro clube, o Social Clube, este direcionado aos “gringos”, que da Europa
vieram para ensinar a nossa mão-de-obra, ainda desqualificada para trabalhar na
fabricação do aço e de outros setores, dentro da Usina, tais como: Elétrica, mecânica
industrial, marcenaria, etc.
O
Social Clube foi o primeiro a ser construído em 1945; posteriormente surgiram
outros dentro da Vila Operária, tais como: Ideal Clube; Grêmio Esportivo
Monlevadense e o Clube de Caça e Pesca; e numa Monlevade mais adiante, a ACM -
Associação Cristã de Moços, em Carneirinhos.
Aos
poucos, com o passar dos anos, acompanhando a expansão da empresa, a cidade foi
mudando de lugar. Com isso, o bairro Carneirinhos que antes era bastante
desacreditado, foi recebendo o seu
desenvolvimento urbano e social, diante das necessidades prementes da população
que por ora também crescia.
Em
1970 foi feita a construção do canal
sobre o córrego de Carneirinhos; em 1980 já era um conglomerado de comércio
e casas; e, hoje, João Monlevade está incluída e atenta ao moderno progresso
tecnológico, faltando inclusive até espaço físico para trânsito, devido ao seu
enorme crescimento demográfico, bem como o de veículos.
De lá até cá, crescera
a população; o comércio; construções de casas; enfim uma movimentação
populacional que politicamente falando já se via no pensamento de uma emancipação político-administrativa, e,
a bem da verdade esta foi a grande cartada para que a cidade entrasse
definitivamente para o seu desenvolvimento autônomo.
Emancipação! Numa Questão De Tempo!
Germin Loureiro Presidente da Comissão de Emancipação |
Havia
uma Comissão de Emancipação e esta comissão foi vitoriosa em seu intento,
colocando nas mãos dos Monlevadenses a autonomia política em 29 de Abril de 1964.
No ano de sua emancipação, foi instalado a CEMIG e a TELEMIG.
No ano de sua emancipação, foi instalado a CEMIG e a TELEMIG.
João
Monlevade entrara para o mapa de Minas Gerais e aos 5 de dezembro de 1965 é instalada a primeira Câmara
Municipal.
O
primeiro Prefeito Wilson Alvarenga
Faltando
o Poder Judiciário, o mesmo foi instalado em 1979 com a nova Comarca de João
Monlevade.
E
não poderia deixar de ser ele, o grandioso cantor para alegrar a festa comemorativa
dos 10 anos de emancipação político-administrativa de João Monlevade.
Roberto Carlos e à sua esquerda Dr. Lúcio Flávio, Prefeito de João Monlevade 1974 - 10 anos de emancipação |
A
Associação Comercial e Industrial de João Monlevade administra o crescimento de
inúmeros estabelecimentos industriais de pequeno e médio porte.
O
comércio cresce a cada dia que passa, estabelecendo o desenvolvimento do
município.
Outras
empresas prestadoras de serviços, clínicas médicas, também completam o
desenvolvimento social e da saúde, no já consolidado município.
Museu Turístico:
Nos últimos
tempos, o turismo também tem se tornado mais uma alternativa de investimento na
cidade e alguns espaços merecem visitas.
É o caso da
Fazenda Solar, um marco histórico na construção da cidade; da Igreja Matriz de São
José Operário, símbolo da cidade por sua arquitetura diferenciada; do
Cemitério Histórico, local onde estão sepultados Jean Monlevade e Louis Ensch;
da Gruta de Nossa Sra. Aparecida e do Centro de Educação Ambiental (CEAM), área
de mata atlântica preservada pela Belgo-Mineira.
O jargão “Nem Burro Do Géo Aguenta”
Esse
jargão foi instituído popularmente na cidade, há muitos anos atrás, no início
do começo da formação da cidade, quando um tal Sr. Geo, forasteiro de Sabará, adentrou-se na cidade, para
montar um armazém, disponibilizando suas carroças com os burros aos seus clientes, na entrega das mercadorias; que inclusive compravam naquela
famosa caderneta de créditos.
Como
o caminho de saída do armazém para levar os mantimentos nestas pesadas carroças
puxadas por burros, era um morro, e eles tinham que aguentar subir, com o
carroceiro montado e mais o cliente, a criatividade inerente ao povo do
interior se fez presente, na comparação com determinadas situações da vida, difíceis
de resolver, de aguentar.
Assim,
os Monlevadenses de época falavam: “Isso sim assim, nem burro do Géo aguenta!”
Adendo:
Após
exaurir o Ouro de Aluvião, iniciou-se um novo ciclo – o do Minério de Ferro,
principal produto para os altofornos da Usina Siderúrgica.
Sua
importância biológica está nas várias atividades e funções que seus compostos
desempenham. No caso, no transporte de elétrons em plantas e animais, no
transporte de oxigênio no sangue dos mamíferos, e enfim, na indústria siderúrgica,
na obtenção do aço, que é uma liga metálica formada sobretudo pela aglutinação
do Fe com o elemento químico carbono(C); elemento este, constituído
essencialmente de toda a matéria viva, como proteínas, carboidratos e gorduras.
Na
Natureza é o mais útil dos metais, constituindo sua extração nos minérios rico
tais como a: Magnetita, Hematita e a Limonita.
É
usado nas construções metálicas diversas; na tinturaria, reveladores fotográficos,
eletrodos industriais, reagentes industriais, etc.
Glossário:
Forja: Estabelecimento onde através do calor se
fundem e modelam os metais, como o ferro, por ex., produzindo assim, peças
metálicas tais como: bigorna, foices, enxadas, martelos, machados, enxadas, alavancas,
pás, ferraduras, cravos, martelos, picaretas, freios para animais, moendas para
engenhos de cana, etc.
Ferro(Fe): Elemento sólido metálico
encontrado na Natureza; possui uma cor branco acinzentado; é um metal duro;
tenaz; reativo, o qual forma ligas de aplicações importantes.
Carbono (C): Elemento químico capaz de
formar grandes extensões de cadeias de átomos e assim podendo constituir dezenas
de milhares de compostos.
Gusa ou Ferrogusa: É o produto final
extraído dos altofornos siderúrgicos, e em geral contendo elevado teor de
Carbono e várias impurezas.
Aço: Metal proveniente da
liga de Ferro + Carbono(C). O teor de carbono no aço pode
variar entre 0,008% a 2,0%, podendo conter outros elementos de liga, como por
exemplo: cromo, vanadium, cobalto, níquel, etc.
Açodoce ou Ferrodoce: Possui baixo teor de
carbono e é empregado na indústria civil e de serralherias; possui alto índice
de pureza; também usado para isolamento térmico.
Siderurgia: É a metalurgia do ferro e
do aço; conjunto de tratamentos físico e químicos a que se submetem os minerais
para se extraírem os metais, devidamente purificados e beneficiados.
Fiomáquina: Produto final das
trefilarias; está disponível em aços ao carbono com alto, médio e baixo teor de
carbono; aços ligados e aços corte fácil. É aplicado no segmento Steel Cord
(Talões e cordonéis de aço para pneus radiais).
Sinterização: Processo de amolecimento
do minério pelo aquecimento, fazendo com que transformem em finos granulados,
em cargas coerentes, não porosas para alimentação dos altofornos
siderúrgicos.
Joint Venture:
É uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais
empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade
econômica comum, por um determinado período de tempo e visando, dentre outras
motivações, o lucro.
Nota do Bottary nº 02:
João
Monlevade, minha terra natal!
Nasci
em 05/06/1954, muito antes que a parteira chegasse para assumir o parto como
era de costume. Na verdade quando ela chegou, eu já estava sobre o peito de
minha mãe, quiçá até mesmo já mamando.
Fui
criado no Bairro da Vila Tanque nos costumes do fogão a lenha; dos banhos com
água aquecida na serpentina do fogão; das casas com chaminés por onde saía a fumaça e por
onde, por lá, é que descia o Papai Noel nas noites de Natal; dos presépios que
todo mundo gostava de fazer; das brincadeiras de rodas; dos jogos de botões;
das matinês do Circo Nerino armado no Estádio Louis Ensch; dos Parques de
Diversões com os famosos Trens-fantasmas, das compras do cento de laranja serra d’água; das
brincadeiras de rodas de crianças que aconteciam frente as nossas casas, com a
atenção dos pais; dos parques de diversões perto de nossas casas em que neles
tínhamos as gangorras em que fazíamos peripécias rodando-as em seu próprio
eixo, com muita coragem; do tempo do vendedor ambulante que com duas sacolas no
ombro dizia pra todos o ouvirem: “ Sandália e Chinelo!!”, tudo artesanal; das
maravilhosas aulas de inglês que assistíamos, onde o professor colocava o disco
de vinil com a música My Love For You do cantor Johnny Mathis; e não poderia
deixar de falar das inúmeras serenatas que fazíamos cantando as músicas sucessos da época tais como as internacionais, e as músicas românticas da Jovem Guarda.
Enfim,
num mundo onde o padeiro passava de manhãzinha, com aquelas bisnagas de pão que
dava gosto comer; das histórias do Chapeuzinho Vermelho que ouvíamos nos discos
de vinil, de cor verde, tocados na radiola, a mesma que ouvíamos a novela “O Direito de
Nascer”; “Jerônimo, O Herói do Sertão”, a mesma em que colocávamos o disco, para ouvirmos a música: Meu Primeiro Amor, etc.
Ilustres
Amigos, muito, muito me apraz falar de João Monlevade.
A
emoção tomou conta de mim.
As
lembranças voltaram-me ainda rapazinho, fazendo-me um bem n’alma.
A
primeira professora é a que marcou, ainda que eu não me lembre mais o nome
dela: muito bonita, loira e brava!
O
primário, o ginasial e depois o curso técnico; os quais, fizeram-me uma pessoa
que a bem da verdade conseguiu vencer de uma certa forma a luta pela sobrevivência.
Escola Estadual
Eugênia Scharlé, antigo Grupo Escolar Eugênia Scharlé, onde fiz o meu curso
primário, da 1 ª a 4ª série do ensino fundamental.
Na parte
inferior o antigo Colégio Polivalente, hoje Escola Estadual Dr. Geraldo
Parreiras, onde antes dele era um campo de várzea em que aos domingos jogávamos
bola e às vezes assistíamos aos jogos dos campeonatos da cidade.
Primeira Comunhão |
No
Palanque da Vila Tanque, onde todos os domingos celebrava-se a Santa Missa, foi
onde fiz minha primeira comunhão.
Hino de João Monlevade
Letra e Música: Rita
de Cássia Abreu e Silva.
Do trabalho, vontade e bravura
Deu-se início a uma bela história
De cidade, de gente e cultura
Que aos poucos conquista a sua glória
Uma forja, uma chama e então o aço
Força negra, pra um grande porvir
Da labuta não importa o cansaço
Pois a meta é crescer, construir.
(refrão)
E ergueu-se uma brava cidade
D’entre as rochas do estado altaneiro
Salve, salve João Monlevade!
Resplendor do progresso mineiro.
Da virtude tornou-se operária
Do progresso, grande pioneira
Do trabalho, leal voluntária
Que enaltece a nação brasileira.
Ela jovem, qual flor que se abre,
Para em torno de si perfumar,
Desabrocha João Monlevade
Pra um futuro de glória alcançar.
==x==
Da virtude tornou-se operária
Do progresso, grande pioneira
Do trabalho, leal voluntária
Que enaltece a nação brasileira.
Ela jovem, qual flor que se abre,
Para em torno de si perfumar,
Desabrocha João Monlevade
Pra um futuro de glória alcançar.
==x==
Fontes:
Álbum
feito pela Diretoria da Belgo-Mineira em 1953, em homenagem ao 25º Aniversário
da administração do Diretor-Geral, Dr. Louis Ensch.
Livro: Nossa Terra Nossa Gente - Volume I - A cidade, sua história, seus símbolos, seus ícones! - Professor Dadinho - Ano: 2016
Livro: Nossa Terra Nossa Gente - Volume I - A cidade, sua história, seus símbolos, seus ícones! - Professor Dadinho - Ano: 2016
Geraldo, parabéns pelo belo trabalho de pesquisa sobre a cidade de João Monlevade. Com certeza será admirado por seus conterrâneos . Ivete de CAstro
ResponderExcluirOla! Ivete!
ExcluirMuito me honrou fazê-lo, sobretudo com os estímulos dos amigos presenciais e os virtuais. Sua prestimosa ajuda foi-nos sobremaneira importante neste intento.
A saudade da terra natal, também!!
Obrigado e Saudações Monlevadenses!
Empresa pioneira neste pais merece ter um reconhecimento a nível nacional pela sua historia de seus fundadores,que acreditou no povo monlevadense.Sou feliz de ter nascido nesta cidade. Parabens
ResponderExcluirOla! Prezado! A bem da verdade ela é reconhecidamente a pioneira em nível internacional, dado a sua grandiosa história de vida siderúrgica e operária.
ExcluirSeus fundadores pra mim são ícones inesquecíveis no coração de cada, daquela e deste nova geração!
Também tenho muito orgulho de ser monlevadense, não obstante não estar lá morando fisicamente.
Uma História muito maravilhosa que encantou-me sobremodo postar esta matéria.
Um abraço,
Bottary
prezado esse documentario ficou muito rico em informaçoes jamais vistos em pesquisa na internet e bibliotecas,fica ai meus parabens e meu abraço Rogerio A.Pereira
ResponderExcluirOla! Rogério! Muito me apraz estar aqui novamente interagindo com mais um admirador Monlevadense!! Agradeço suas comovedoras palavras e acredite, tudo foi feito com muito amor e um prazer enorme, dado a relevância que nos é de falar de nossa terra-natal!
ExcluirMai uma vez, obrigado pelas estimulantes palavras!!
Geraldo Botari
Bom dia. Excelente matéria, muita coisa eu não sabia (nasci em 66). Me deixou triste foi terem trocado o hino da cidade, o outro era muito mais bonito (não tenho a letra, era mais ou menos assim:
ResponderExcluirMonlevade, cidade riqueza
tu tens na grandeza os dons naturais.
Alavanca soberba e segura,
da glória futura de Minas Gerais!
Luxemburgo de braços abertos,
com passos bem certos,
nos vem ajudar!
Aplaudamos, com muita simpatia,
esta companhia com alma a vibrar!
O Brasil, com a siderurgia
será com alegria a primeira nação!
E espera que a Belgo-Mineira
seja pioneira no campo de ação!
Monlevade, cidade riqueza
Excluirtu tens na grandeza os dons naturais.
Alavanca soberba e segura,
da glória futura de Minas Gerais!
Luxemburgo de braços abertos,
com passos bem certos, nos vem ajudar!
Aplaudamos, com muita simpatia,
esta companhia com alma a vibrar!
O Brasil, com a siderurgia
será com alegria a primeira nação!
E espera que a Belgo-Mineira
seja pioneira no campo de ação! (bis da última frase)
Ola! Amigo(a)
ResponderExcluirNovamente, adentro-me ao meu blog e veja o que vejo! Uma mensagem gratificante e feita, a meu ver, com um amor d'alma, dado a sinceridade nas suas sublimes palavras.
De fato, eu também já cantei há muito tempo algo como:
“Monlevade, minha querida
Hoje vou te enaltecer
De tão boa companhia
Tu és linda de morrer!”
Isto, quando viemos a Belo Horizonte, assistir ao programa Mineiros Frente a Frente, com Monlevade disputando com a cidade de Curvelo e perdemos, rsrsr
Mas, voltando à vaca-fria, não fique triste, pois o que mais vale é o que está em seu coração, que é justamente isto, os versos que aí estão, os quais não apagaram e nem vão apagar, não é mesmo?
Obrigado pelas palavras e saudações monlevadenses!!!!
Geraldo Botari de Oliveira
legal ,aprendi mais sobre joão monlevade,principalmente sobre o nome que usina teve.
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